quarta-feira

Tu chegas-te

Chegou devagar, imperceptível, discreto. Chegou assim o meu anjo. Não pediu permissão e invadiu a minha vida de rajada.
Sentei-me junto dele e o seu aroma doce, associado aos seus trejeitos simples, mas únicos, cativaram-me. Conversas simples que me tornaram culta; diálogos inocentes, mas que escondiam muito por detrás de cada palavra.
O tempo passava rápido, não me dando tempo de saborear cada vocábulo lançado para o ar pelo meu anfitrião, de modo a que eu pudesse apanhá-lo ainda quente e acabado de pronunciar. Cada olhar, cada toque imaculado era mais um pequeno passo para alcançar o paraíso.
Este período de conhecimento foi aquela fase fascinante em que eu ficava estacada a contemplar tudo o que ele me dava a conhecer; coisas novas sobre si, sobre a sua casta rotina e sobre o seu passado. Ainda hoje, por vezes, quando descortino algo novo nele, fico cativada.
Confesso que nunca pensei encontrar ser tão perfeito e único no meu caminho de humana. Cada vez que admiro os seus belos olhos, fixo cada traço seu, é como se levitasse.
Com o tempo a passar, apercebi-me que já não podia viver sem o meu anjo. Quem pode?
Apaixonei-me. Tornei-me dependente de uma criatura, que no meu pequeno mundo se encontra num pedestal. Porquê? Porque sei que é o único que merece tal estatuto e lugar; é aquele que nunca me desiludirá, é aquele que incondicionalmente me ama, me aceita, sem dar margem a dúvidas ou preconceitos.

Assim chegaste tu. E aqui declaro que serei tua para sempre (:

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