quarta-feira

Observo-te

Observo-te sentado no banco, curvado pelo peso daquilo que estás a começar a lembrar, esmagado pelos episódios de que não te lembras. Neste novo lugar que encontrámos, por vezes não há palavras, porque a verdade pode ser ainda mais dificil que as mentiras. Ergo a palma da minha mão para o vidro, fingindo que é assim tão fácil tocar-te. Tu também ergues a tua, abres os dedos: uma estrela-do-mar. Visualizo as milhares de ruas que atravessamos, de mãos dadas. Por vezes acho que toda a minha vida tem girado à volta de ficar ao pé de ti.

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